sábado, 7 de novembro de 2015

Como as notícias funcionam (3)


Quem está por trás da notícia e como a indústria da notícia funciona são fatores fundamentais que você deve entender antes de consumir qualquer informação embalada como tal.

  • Quem está por trás das notícias determina quais informações chegarão até você, e quais não
  • A indústria da notícia, como qualquer outra, é movida por lucro — basicamente dinheiro e poder
Portanto, respire fundo. Se você consome notícias, você está sendo manipulado. Não há como escapar dessa manipulação totalmente. Mas entendendo como ela funciona, você pode ser menos manipulado — ou pelo menos ter consciência do que está acontecendo por trás das informações.
No post anterior expliquei por que em torno de 90% das notícias se resume a escândalos e rumores de escândalo, crimes, desastres e tragédias, e celebridades. E os outros 10%? Um pouco de tudo, mas principalmente:
  • Curiosidades e esquisitices
  • Opinião
  • Governo e política
  • Notícias encomendadas
  • Utilidades e conhecimento
Curiosidades e esquisitices: “Há mais bactérias em sua boca do que gente na Terra” é uma curiosidade. “Mulher tem 6 mil piercings no corpo” é uma esquisitice.
Opinião: Nem sempre expressada como opinião, esse tipo de notícia normalmente vem em forma de depoimento de uma “autoridade” ou especialista em algum assunto. “Segundo o Dr. Sabe Tudo, especialista em religião da Faculdade Muito Respeitada (FMR), o movimento religioso do Pastor Pedra no Sapato, que já tirou muitos fiéis das religiões tradicionais, seria uma seita muito perigosa”.
Governo e política: Tudo relacionado a isso influencia a população e, logo, as eleições. Tais notícias costumam ser pró ou contra o governo, dependendo de quemestá reportando.
Notícias encomendadas: Veículos de notícias são mais ou menos como prostitutas da informação. Quem pagar mais, leva. Empresas, governos, artistas e outras pessoas e instituições precisam da credibilidade de um noticiário para influenciar o público. Para uma empresa que vende protetor solar, por exemplo, uma notícia no jornal das oito sobre risco de câncer por exposição ao sol vale muito mais do que apenas um comercial na hora do intervalo. Notícias encomendadas podem promover um certo produto ou descreditar outro; falar bem de ou demonizar alguém ou uma empresa; criticar ou elogiar o governo.
Utilidades e conhecimento: “Prazo para submeter seu imposto de renda é 30 de abril” é uma utilidade. “Como reduzir o seu imposto de renda legalmente” é um conhecimento. Notícias assim, pura e simplesmente para informar e ajudar o leitor, infelizmente, são a minoria.
Enquanto houver gente na Terra, as notícias nunca irão acabar. Elas exploram a sede do ser humano por novidades, por querer estar informado.
Cabe a você, como consumidor, decidir por si mesmo qual informação realmente o faz melhor, capacita, ou ajuda — e qual é simplesmente lixo, manipulação ou perda de tempo.
Eu me viciei. As notícias, particularmente os noticiários, são mais viciantes do que a cocaína e o crack, mais viciantes do que a heroína, mais viciantes do que o cigarro.
– Dan Rather, famoso jornalista e âncora americano

[Leia a primeira e a segunda parte do assunto.]
Colaborou: Bispo Renato Cardoso

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